Não andava de bicicleta faz uns 20 anos. Tinha esquecido a sensação maravilhosa do vento no rosto. Então, cansada e com os pés doendo ainda de Beijing, achei que seria perfeito pra percorrer os 14km da muro que cerca a cidade.
Aluguei a bicicleta e marquei bem o local em que deveria devolvê-la. Quase duas horas depois, tinha completado pouco mais de uma volta, mas como o tempo iria terminar, retornei para devolver a bike.
Morrendo de fome e pensando em ter um banquete chinês na praça de alimentação do Shopping ao lado do hotel, desci pelo portão e saí andando sem prestar muita atenção aonde estava.
Bom, foi aí que a jornada começou. Saí pelo portão errado, óbvio. Além disso, claro que fui para o lado errado. Andei mais de meia hora para, então, perceber que não reconhecia absolutamente nada ao meu redor.
Fiz todo o percurso de volta, parei em frente ao portão leste - que, pelos meus cálculos, deveria ser o sul - e tentei rumar para o lugar certo.
Encontrei um parque lindo que fica colado ao tal muro. Tinha um mapa com a indicação das ruas e dos portões, todo escrito em mandarim.
Andei um bom tempo pelo parque até que resolvi tentar pegar uma espécie de táxi. Apontei no meu mapa (incompleto, justifico-me) onde queira ir. O motorista me deixou do outro lado da rua, num ponto de ônibus e me cobrou 5 yuans por isso. Ri sozinha.
Mais uma vez, voltei para o parque. Oito quilômetros, uma rua de artes e duas derrotas depois, achei o hotel.
Não gosto de me perder, porém, isso é tão corriqueiro que aprendi a apreciar o que encontro no caminho enquanto tento me encontrar.
O passeio inusitado foi o melhor do dia.
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