Ela dança e, quando dança, paira no ar. O mundo se move enquanto ela fica estática, tal qual beija-flor, levita. E seu braços se movem como as asas do pássaro.
Enquanto a observo, tira as sapatilhas displiscentemente. Solta as tiras, livrando as pernas das amarras, massageia os pés e suspira. Tudo isso sem se dar conta do frenesi que causa.
O amor em sua forma mais pura talvez se limite a isso: contemplação, êxtase e resignação.
Ela me olha sem me ver. Através da janela da sala de balé acompanho seus movimentos, assisto sua vida. Para ela, tudo é reflexo.
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