Eu contei isso uma vez. Faz muito tempo. A pessoa era minha amiga. Muito amiga, sabe? Daquelas que a gente diz que é unha e carne. Acabei me arrependendo.
Ouvi o que não queria pelo resto da amizade. Não digo pelo resto da vida porque ainda vou viver muito. Já a tal da amizade, acabou. E acabou por causa da confissão.
Li, um dia, que se nem a gente que é dono do segredo consegue guardar, não deve exigir isso dos outros. Entendi. Mas, ainda assim, não justifica o que ela fez comigo. Eu confiei. Confiei de verdade. E confessei.
Não durou muito tempo a promessa de silêncio. Não vou dizer que foi na primeira oportunidade porque estaria mentindo. Sou rancorosa, mas justa. E, também, não é porque a pessoa me agravou que vou sair fazendo discurso maldoso.
Ela tinha qualidades. E defeitos. Como todos nós, não é? Só não precisava ficar me cutucando. Lembrando da minha... da minha deformidade moral.
Não sei bem pra quê eu fui contar. Acho que foi o álcool. A fantasia de uma afeição eterna. Criou um clima de cumplicidade e tal. Aí, eu fui lá e abri minha bocona enorme. Falei mesmo.
Não tenho orgulho de ter falado. Só remorso mesmo. A questão é que eu tenho dificuldade em dar continuidade ao que começo. E morro de vergonha disso.
Sinto-me um fracasso. Uma desistente. Não entendo porque isso acontece, mas é sempre do mesmo jeito. Eu começo e
Um comentário:
Quase me apanhaste... ;)
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