Sinto-me congelada, paralisada, esperando ao pé de uma porta que nunca se abrirá. Ouço o que se passa por trás da porta. Toco-a. Mas continua fechada. Cochichos, risadinhas e gritinhos. Elas, em frêmitos, deleitam-se.
Acaricio a porta. Estendo os dedos o máximo que consigo como se assim fosse transpor a barreira. Fecho os olhos, conto até dez. Invento truques, feitiços, encantos. Agora, agora no dez a porta desaparecerá e serei eu a cochichar, rir, gritar. Conto à exaustão. Dez vezes dez vezes dez. Quanto dá?
Anoitece. Elas cantam. Imagino que fazem roda. Devem estar todas de mãos dadas que - mesmo suadas - não se desenlaçam. Trocam promessas de amizade eterna e se abraçam.
Penso que já estão a se despedir. Não ouço mais nada. Está frio.
Amanhã! Amanhã abrirão e serei eu, em frêmitos, a me deleitar.
Penso que já estão a se despedir. Não ouço mais nada. Está frio.
Amanhã! Amanhã abrirão e serei eu, em frêmitos, a me deleitar.
Deito-me ao pé da porta e adormeço.
Um comentário:
Gente, que triste!!! Me senti na pele do meu cachorro agora, tadinho....
Postar um comentário