Então, tem essa poesia linda do Manoel de Barros que fala sobre um menino que vai carregar água na peneira a vida inteira. Sua mãe promete quem alguém vai amá-lo por seus despropósitos.
Não sou poetisa e nem me comparo ao Manoel de Barros, mas sou dada a despropósitos e sempre esperei ser amada por isso.
Dado que, atualmente, ninguém tem interesse em conhecer o outro, despropósito passou a ser defeito. Assim, não quero mais carregar água na peneira.
E, por fim, nunca tive mãe, ou a que tive, nunca foi mãe. Tive tia. Essa, sim, ensinou-me vários propósitos e me ensinou, também, que, às vezes, despropósitos são dignos, desde que nos sirvam.
Portanto, se eu carregar água na peneira é por insistência e, meus despropósitos, juro, são por amor próprio.
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