Tenho sido exagerada e dramática nas relações. Ando chorando, pelos cantos, a morte de pessoas vivas. Sublinhando a dor em poemas tristes. Relendo testemunhos de sofrimento, bilhetes suicidas (alheios, é óbvio), cartas de despedida.
Tenho vivido realidades inventadas nas quais, invariavelmente, morro no final. E ninguém vai ao meu enterro. Ou chora. Ou sofre.
Tenho escutado fados portugueses e lamentos árabes.
Tenho procrastinado os afazeres para lastimar o presente, o passado e ter pena de mim mesma, que não tenho futuro.
Tenho enrolado-me no cobertor e escondido-me no sono por horas e horas a fio.
Tenho ignorado as alegrias.
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