quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Estamos todos bem

Uns com bolinhas & outros com pólipos. Sobrancelha torta ou com falhas. Casa engraçada que não tem teto nem nada, casa mofada.

Médicos & receitas & discussões pra tentar encontrar a solução milagrosa pra todos os males e inquietudes da alma. Dormimos muito. Uns falam sem parar & outros fingem que ouvem.

A raiva contida findará em agressão física. E isso é uma realidade. Talvez distante. Talvez paralela.

As tarefas acumulam-se. Vislumbramos um futuro de alegrias, paz, sossego, tranquilidade e sete palmos de terra sobre nossas cabeças. Cabeças de cabaças. Vazias, vazias, vazias. Só o vazio é imenso.

Vicissitudes da vida. Revezes. Reviravoltas. A roda da fortuna prenuncia mudanças. Aguardamos ansiosos.

Reencontros nos mostram o quanto acertamos em nos afastarmos. As pedras rochosas cedem lentamente aos avanços da água, mas não se movem. Sucumbem.

Vivemos em preto & branco sonhando com as cores que um dia preencherão nossos buracos negros. Sôfregos pelo desconhecido. Ávidos por boas novas.

Transbordamento de dor & aflição. Infinita tristeza. Choramos & nos desesperamos. Odiamos & amamos na mesma intensidade. Não suportamos contrariedade.

Morremos, hoje, mais um pouco.
A cada dia uma morte.

No fim, estamos todos bem.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Especial de Domingo

- Onde tem uma missa boa?
- Igreja de Nossa Senhora de Guadalupe.
- Mexicana?
- Espanhola... Ah, não sei...*
- Eu queria ir à do Halley.
- De onde?
- Halley! Aquela onde teve o não-sei-o-quê da Whitney.
- Ah, Harlem...
- Olha aqui, se eu for pro blog eu te mato, hein!!!

*Guadalupe: México, é claro... tsc tsc tsc

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Por mais que se tente criar personagem pra viver a própria vida, este vem carregado da personalidade existente. Não mascara, não esconde, não disfarça. Trai-se sem notar, nos mínimos gestos. Até sem palavras. Apenas no olhar.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Apelidos

Já tive vários, mas interesseira e aproveitadora foi a primeira vez que me chamaram.
Perdeu a oportunidade de ficar calado.
Se já não tem amigos, perdeu mais dois.

Da arte de ser desagradável

Visita à casa e ao gato. Cortamos as unhas. Carinho e miados. Amigo G. estima em mais 20 dias o atraso da obra. No total, passará de um mês. Não é tão mausoléu assim, ele diz. A gravura vai combinar bem, observa.

Supermercado na volta. Proposta de almoço caseiro. Amigo G. ainda doente, não tem vontade de sair de casa. Fico com ele. Encontro com vizinhos.

- E a sua obra?
- Nada ainda, acabamos de sair de lá.
- É, está difícil de largar a mansão, né?

Precisa? 
Jura que precisa disso? 

Na próxima encarnação nasce mudo!

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Informes de Carnaval

E no quesito "Só Piora" a coisa fica feia!

Erasmo canta enquanto penso em um homem pra chamar de meu.

Caetano reclama que está Sozinho. Digo que também estou, mas nem por isso saio por aí como um Pavão Misterioso, não é Ney? 

Tim ainda não entende porque me fui, Erasmo sabe que uma Gatinha Manhosa não dá mole assim. Não se deixa prender facilmente.

Em breve Ronnie Von me chamará de Meu Bem e Belchior dirá que tudo não passou de uma Alucinação.

Repelente

É defectivo!
Portanto, não fedo...

Das estranhezas

Cerveja com pernilongos.
Ele malha.
O Rei canta nas curvas da estrada de Santos.
O carnaval, definitivamente, não é aqui.

Informes de Carnaval

Quem precisa de móveis se tem uma gravura assinada pelo Mark Ryden na parede? Quem?
Incarnation vai ficar linda na casa-mausoléu!

Wishlist

#quero!!!

Informes de Carnaval

Dando e levando bolos.
Dormindo ou desmaiando.
Confirmando a imagem de Branca de Neve.
Procurando os sete anões.

Das estranhezas

Amigo G. e eu.
Às vezes engraçado.
Outras, tenso.
Sempre estranho.

Informes de Carnaval

Amigo G. destrói a casa com a furadeira enquanto tomo rios de café por falta de cerveja.

À espera de um milagre!

Que vai salvar minha vida do tédio sem fim.
Que vai me tirar da preguiça eterna. 
Que vai movimentar meu dia chato de carnaval sem-graça. 

Pega um avião, milagre!
Vem pra cá logo!

Alcione é tuda!

Quando eu não puder
Pisar mais na avenida
Quando as minhas pernas
Não puderem agüentar
Levar meu corpo
Junto com meu samba
O meu anel de bamba
Entrego a quem mereça usar...

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Pequenos luxos

Água de flor de laranjeira. Ser sereia. Ainda que no cio. Mesmo matraqueando. Vinho no decanter. Banho de espuma na banheira da suíte master. Conselhos sábios.

Dia de pijama. Cozinhar e comer muito. Ter ideias fixas. Regozijar-se. Regozijar-me. Trazer para o caso pessoal. Não generalizar. Aprender. Superar. Rir.

Tentar e tentar e tentar. Não desistir. Mais uma vez, rir. Admitir. Não mentir. Às vezes omitir. Ser sem ter de ser. E gostar.

Música brega. Faltar aos compromissos. Procrastinar sem culpa.

Conto de Fadas

- Os homens têm medo de você.
- Por quê?
- Você sabe porquê! Você não é a menininha dos sonhos de ninguém. Eles querem uma moça boazinha pra deixar dentro de casa e apresentar de vez em quando para a sociedade.
- Você poderia, então, me envenenar e colocar num caixão de vidro na porta de casa.
- Envenenada você já é. Agora quer um príncipe? Só o que faltava mesmo..

Segundo o amigo G., eu sou praticamente a Branca de Neve. Envenenada e à espera do Príncipe Encantado. Não concordo. Não quero um príncipe. Quero alguém que não se sinta ameaçado por mim.

- Finge..
- Não sei mentir.
- Fingir não é mentir.
- Não tenho estômago pra isso.

Amigo G. também busca o Príncipe Encantado, mas tem encontrado mais sapos do que se morasse no brejo. E se diverte com os sapos. Acha que, se beijar bastante, eles têm chance de virar príncipes. Diz que a grande questão é a insatisfação, coisa que não se resolve facilmente.

- Você não acha que existe alguém assim?
- Nos filmes...

Amigo G. namorou um príncipe certa vez que, no final, acabou se mostrando o arquétipo do príncipe. A máscara caiu.

- Posso ser anime. Ajudaria, né?
- Não, anime não é o estereótipo da menina boazinha. É exatamente o contrário. Tá vendo? Você não entende nada da psiquê humana.
- ...

O Amigo G. sempre dá a última palavra.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

A salada da cizânia

Quando ela disse que iria introduzir legumes variados no cardápio para balancear a alimentação, eu ri. Explicou detalhadamente a intenção de adquirir hábitos saudáveis. Discursava como se tivesse decorado o texto de uma revista de dietas. Enquanto eu gargalhava pensando em cenoura, pepino, chuchu.

Introduz cenouras no seu dia a dia, que tal? Não resisti! Abobrinha, berinjela, aipim... São bem saudáveis, não acha? Aquele rostinho angelical, ar pudico de menina retraída, séria. Completamente séria. Até sisuda, às vezes. E eu, pura sacanagem.

Pesquisei no Google: legumes com formato fálico. Ia fazer uma colagem, colocar moldura e dar de presente. Ela adorava contar pros amigos que conhecia um artista plástico. Acabei desistindo. Achei over. Tipo de coisa que não precisa, sabe?

Nos conhecemos há dois anos atrás. Pela Internet. Sala de bate-papo. O grupo discutia filosofia, teosofia ou qualquer "sofia" dessas. Ela era a mais fervorosa. Se fosse um debate, gritaria, com certeza. Acredito, inclusive, que chegaria às vias de fato se fosse necessário. Só pra provar que estava certa. Teimosa, mas eloquente.

Conversamos por quase um ano e meio até que ela topasse um café. Ô moça custosa, meu avô diria. Queria desistir, mas quando via aquelas saias retas abaixo do joelho, blusa de botões fechada até o pescoço, cabelos presos... Ah, quando via esse conjunto se aproximando de mim, ficava completamente louco. Suspirava cada vez que minha jovenzinha surgia.

Tentei beijar. Não quis. Pedi em namoro. Rejeitou. Nem pegar na mão ela deixou! Três anos transcorridos e nada. Aí vem com esse papo de legumes? Eu tinha que rir mesmo. Ela entendeu. Ficou magoada. Nunca mais falou comigo. Vez ou outra aparece no Msn. Sempre ocupada.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Ah!

O amigo G. não viajou. Continuamos em regime de coabitação. A obra não termina nunca. O apartamento ganhou um novo apelido: Mausoléu. O cinza total lembra os cemitérios antigos que visitei por aí. Estou gostando.

Igor anda carente. Emagreceu. Saudades do bicho. Da minha vidinha.

Eu quero a minha casa!

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012