quinta-feira, 29 de julho de 2010

Fast Food


- Preciso andar mais com você, sua energia me faz bem.
(e quem vai repor a minha energia? Pensei.)

Volto a pensar nas relações twitter. Tudo deve ser imediato. A necessidade de saciar o desejo. O brinquedo que perde a graça quando se encontra um modelo mais novo na vitrine.

Ando na contramão. Aonde foi a conversa? Aonde foram as mãos dadas? Aonde foram os silêncios de cumplicidade?

Efêmero.
Assim vejo o mundo.
E o mundo não me vê.

- Você parece triste.
- É cansaço.
- Sozinha?
- Sempre.
- Por que?
- ...

Porque sim não é resposta, dizia aos sete.
Não respondi.

Às vezes parece um açougue: pernil, quarto traseiro? Tem peito?
- Pode embalar, por favor.
Outras vezes, fast food: dá pra substituir? Faz pra viagem, ok? Estou sem tempo.

A justificativa do século: a falta de tempo. Tudo pode ser abonado pela falta de tempo. As crianças mimadas, mal-educadas. Os casamentos monótonos, sem amor. As amizades interesseiras. A agressividade no trânsito. O despreparo no trabalho. A intimidade forçada. Até as relações twitter.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Hoje


Sentei na parada de ônibus e esperei por uma hora. Cheios demais. Velhos demais. Novos demais. O ônibus que eu queria não passou.

Eu esperei.

Pensei em pegar um táxi. Conversa amena sobre o tempo. Sempre o tempo. Seco. Molhado. Só o tempo. Não quero conversar. Não hoje.

O tempo das coisas e as coisas do tempo.

Hoje é tempo de contemplar. Esperei aquele que não viria. E sabia.

O tempo é frio. A contemplação fria é agradável.
O silencio é preciso.
Hoje.

Hoje é tempo de calar.

Calar a alma. Calar os anseios. Calar as incertezas.

Calar a boca.

Palavra do Dia


Patética!

Próximo blog


Será que tem alguma crítica de conteúdo na ferramenta Próximo blog? Será que estou beirando o desespero? Será que Ele quis falar comigo e eu não saquei?

Cliquei no próximo blog e a página falava das bençãos de Deus. Cliquei mais dez vezes e todos os blogs eram religiosos. Católicos e evangélicos.

Nada contra!

Adoro Deus, mas estava a fim de ler Caio Fernando Abreu.

Music makes the people...


A rádio da minha cabeça que orquestra as cenas da minha vida deveria ganhar o prêmio de trilha sonora sarcástica do ano!

#nowplaying: Jimmy Cliff - You can get it if you really want

Sem Título


Acho que perdi o jeito.

Vergonha é uma condição psicológica e uma forma de controle religioso, político, judicial e social, consistindo de idéias, estados emocionais, estados fisiológicos e um conjunto de comportamentos, induzidos pelo conhecimento ou consciência de desonra, desgraça ou condenação. O terapeuta John Bradshaw conceitua a vergonha como a "emoção que nos deixa saber que somos finitos". (Wikipédia)

Eu queria ser infinita.

Infinita Tristeza.
Manu Chao.

terça-feira, 27 de julho de 2010

Primeiros passos (para trás)

Projeto mobiliar o quarto vazio: adiado.
Projeto viagem: a todo vapor!

Só falta definir o bilhete. Afinal, quem foge de casa tem que deixar bilhete, mesmo que seja para o gato!

Mal-entendido (?)


- O que é fita banana?
- É uma verdinha.
- Por que todo mundo responde isso? Não é a dupla face de espuma, xadrezinha, verde e branca?
- Não, é de silicone, mas não serve para colar a foto no floam.
- É foam.
- Floam.
- FOAM, de espuma.
- É? Tá, mas não serve. Você pode colar o FOAM na parede com ela.
- Com a dupla face?
- Não, com a banana.
- Ah não, vou colar velcro.
- Ah, muito bem! Depois de velha resolveu colar velcro!
- Sabia que você ia dizer isso! É que eu tenho um velcro...
- Hmmm...
- Para!
(risos)
- É sério! Da última vez que mexi com ele tive que usar thinner pra desgrudar a mão.
- (gargalhadas) Esse seu velcro é forte hein?

Idiossincrasias


Coisa rídicula sou eu e esse gato dentro de casa. Ele come meus fios, eu resmungo. Quero escrever, ele deita em cima do meu braço. Vou ao banheiro, ele vai junto.

Ele mia, mia, mia. Eu reclamo, dou bronca e faço cara feia. Ele se joga no chão, deita de barriga pra cima e morde meu pé. Eu o coloco no quarto dele pra ele pensar no que fez. Ele faz charminho. Eu amoleço e tiro do castigo.

E a gente fica pra lá e pra cá nessa relação estranha.

Daí anoitece, eu deito, ele mia, eu me ajeito, ele me empurra. Então se aninha na minha barriga, rornrona e dorme.

Se acordo de madrugada e ele foi pra outro canto, sinto falta. Levanto, pego o gato e boto de novo na minha barriga que, afinal, é o lugar dele.

Vai entender...

Confissão


...
- Hmmm...
- Eu vou pro inferno, não vou?
- O purgatório você já garantiu, mas acho que ainda tem chance de escapar do inferno.
- O pecado é cobiçar a MULHER do próximo, ninguém falou nada sobre o homem.
- Faz um trabalho voluntário para tentar equilibrar as forças no Universo.

Musiquinha tocando na cabeça:

O bem vence o mal, espanta o temporal. O azul e o amarelo, tudo é muito belo! Tudo é muito belo!

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Pica

Ele comeu o último fio importante da minha vida. Não tenho mais amarras.

Por que o Igor come todos os fios da casa? 30 minutos de google e nenhuma resposta ainda.

Ah, na contabilização dos estragos, havia esquecido o varal. Comeu também. E a coisa despencou. Meu lado Macgyver do cerrado aflorou e resolvi consertar. A nova inclinação do varal confere uma beleza inigualável à mini-área, além é claro de trazer um um conceito todo novo à arte de estender roupas.

Desejo de comer fio: Ahá! Síndrome de Pica.

A pessoa, ou o gato, sente um apetite compulsivo por coisas não comestíveis, como barro, pedras, tinta, toco de cigarros e, no caso específico, fios elétricos.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Sem noção III


M2 é sarcástica. Acho isso divertido. Ela diz que o seu mal-humor é puro folclore. É espirituosa. Inteligente também.

É melhor parar antes que ela peça uma ordem de restrição contra mim ou pense que é uma cantada!

Você ouve?


- Ih, esqueci meu crachá na mesa!
- Vai ter que andar mais para pegar autorização pra subir. Agora que o joelho acaba de vez.
- Não, bla bla bla bla bla bla.

Na frente do vigilante, passando pela porta, bem alto e espantada.

- VOCÊ NÃO ESQUECEU O SEU CRACHÁ?
- Shhh! Estou fazendo o esquema da cordinha!
- Ahn? Você tem que me avisar quando vai mentir, eu sou dada a ratas.
- Eu falei que ia dar o golpe da cordinha saindo da bolsa.
- Não ouvi. Só entendi a parte da mesa
.
- Problema grave de comunicação. A premissa da boa comunicação é: um ouve e o outro fala.
- Eu não ouço, só falo, deve ser por isso que eu não tenho amigos, não é?
- (gargalhadas)
- Só acredito no sucesso do Projeto Almoço porque a gente fica calada enquanto come.

1º Dia


Esqueci dos almoços e jantei às 5:30 da manhã. 12h não tinha fome nenhuma, então convidei M2 para um café. M2 superaceitou, havia comido um pão maior do que uma pizza por volta das 11h. Acho que esqueceu também.

Nota mental: segunda-feira grande parte dos cafés não abrem!

Ok, tem outros restaurantes na rua. Estacionei longe e o joelho de M2 estava doendo, pra piorar, ela usava um salto de uns 28 cm. Ainda na mesma quadra, cruzamos diversas vezes a rua reclamando do joelho e da falta de café e, por fim, contabilizamos um total de 4 restaurantes fechados.

Nota mental: segunda-feira não é o dia oficial do regime, é do jejum forçado!

M2 se contentou em almoçar numa Kebaberia fast food, eu peguei diversas frituras numa biscoiteria, para viagem.

Estava tudo indo mais ou menos quando resolvemos, então, tomar um café em outra quadra. Fomos a uma confeitaria para ter a garantia de lugar aberto.

- A gente bem que podia ser amiga.
- Existe pedido de amizade como se fosse um pedido de namoro?
- Acho que foi isso que eu fiz.
- (gargalhada)
- Existe também a retirada do pedido e, além disso, a carta de desapresentação, ok?
- (gargalhada)

Na quadra do Café, novamente a dificuldade para estacionar perto do local e o joelho doendo.

No caminho do Café:
- Se nós fossemos amigas eu poderia te deixar na frente do Café e depois te buscar.

Fazer amigos X Curtir a hora do almoço!



Um dia, sem mais nem menos, dois projetos de vida se cruzam.

Ela, M2, mãe, esposa, profissional. Reclamação recorrente: possuir um tempo mínimo próprio (horário do almoço).

A outra, L, solteira, sozinha, proprietária de um gato (se é que alguém exerce propriedade sobre esses bichos estranhos). Reclamação recorrente: carência afetiva e solidão.

Proposta de M2: almoçar com amigas por 60 dias seguidos em 60 restaurantes diferentes sem repetição.

Proposta de L: fazer amigos.

M2 manda uma mensagem convidando as amigas a participarem de seu projeto de vida. L, é óbvio, é a primeira a topar!

domingo, 18 de julho de 2010

Insight


Faço a linha fashion (ou penso), às vezes casual, mas se prestar atenção vai perceber que, na verdade, eu sou cafona.

sábado, 17 de julho de 2010

Férias


Ia para Nova York. A TAM não permitiu. Ia para Dubai. O curso foi cancelado. Ia fazer cirurgia. O dentista adiou.

Fugir de casa e viajar escondida foi a melhor idéia que eu tive nos últimos tempos. O Cosmos não pode conspirar contra a minha viagem porque nem ele sabe aonde eu vou.

Passagens compradas. Frio na barriga. Era mais sensato não viajar e acertar o financeiro. Dois dias de arrependimento. Passou!

Quase todos os hotéis reservados. Um mês e 3 dias para começar. Contagem regressiva.

Olho as fotos dos lugares. Olho de novo e de novo. Mais uma vez eu vou viajar sozinha. Minha vida gira em torno dessa palavra há dois anos. Morar sozinha. Viajar sozinha. Dormir sozinha. Faço tudo sozinha. E gosto. E adoro. Minha vida só tem espaço para o gato. E para a meia-dúzia de amigos que arrumei.

Dúvidas: compro shorts? alugo um carro? levo o computador ou um moleskine pra registrar as memórias?

Segredos podem ser divertidos. (como se alguém quisesse saber meu segredo!)

Saber que eu tenho um segredo me faz rir. Pensar que ninguém se importa com o meu segredo me faz rir mais ainda.

Só o gato sabe o meu segredo. Eu contei. Olhou pra mim e miou como quem diz: - E daí?

Eu ri. Sozinha.

Outlier


Quem vive feliz 90% do tempo tem que inventar umas crises vez ou outra para movimentar as coisas. Quem não tem crise vira assunto.

- Ei, você viu? Vive rindo. Tá sempre feliz.
- Deve ser mentira. Ou é doida mesmo.

Então invento uma crise e pronto! Inserida na Normallândia novamente.

Aí eu resmungo do trabalho, reclamo da falta de relacionamentos, reformo os móveis, brigo com o bicho. Ainda faço 2 ou 3 dias de regime, porque mulher satisfeita com o corpo, na Normallândia, é crime hediondo.

Na Normallândia todo mundo é igual e se guia pelo senso comum.

Como é chato viver na Normallândia!

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Uma questão de cultura


Blusa amarela, pijama rosa, meia vermelha com bolinhas anti-derrapantes e pantufa de tigrinho.
Mau gosto é cultura!

terça-feira, 13 de julho de 2010

Da arte de rastejar na lama


Avaliação e teste de viabilidade.
A graça divina compensa o esforço.

Comentários


A necessidade de aprovação. A carência nada disfarçada.

Vaidade e dependência.

Como o ator de comédia que espera o riso do público para terminar seu texto.

A intromissão desejada e perspicaz que enaltece e emudece por reafirmar a mediocridade do autor perante o cotidiano.

Para ser lido, relido, censurado e apagado...

A vida da gente precisa de soluções práticas como cartas de desapresentação e fita isolante.

Saber o limite da dor, o limite do sofrimento, o limite da boa vontade e do ridículo também. Eles deveriam vir impressos na fatura da vida e gerar pontos para trocar por momentos felizes, ou fúteis. Porque a futilidade também tem a sua importância.

Uma vida de porquês. De aondes. De ondes. Onde acaba o bem-estar e começa a farsa do bem-estar? O caminhão muda na sexta-feira. Se não tiver isso tem aquilo. Uma vida de substituições.

E a gente brincando de ser livre nas mãos de um titeriteiro perverso que deixa a gente pensar que existe. A sensação de liberdade é o vento batendo no rosto? Falar de boca cheia? Dizer nomes?

Rebeldia.

Faço agora o que nunca me deixaram fazer!

E a realidade mia avisando que já passou da hora de lavar o banheiro. A realidade está com fome e quer carinho. Afago a realidade por uns momentos e ela se afasta novamente.

Volto para os devaneios. Eu vou fugir de casa e viajar escondida. Vou para uma ilha paradisíaca e fico um tempo por lá, semi-nua, bebendo e vivendo uma vida que não é minha. É da personagem que fugiu de casa.

Penso no pote de brigadeiro na geladeira. Meio cheio. Não, José, vontade de comer chocolate nem sempre é falta de sexo. Cybersex em um mundo de relações twitter. E eu querendo deixar de ser Atol das Rocas para me transformar em Mata Atlântica.

Cybersex em inglês com um italiano que mora do outro lado do mundo é o mais próximo de uma relação real em um ano.

A realidade agora quer se enfiar embaixo das cobertas. Pego o pote de brigadeiro. Meio vazio. É, José, vontade de comer chocolate é falta de sexo.

Liguei e convidei para tomar sorvete. Pollyanna moça. A vida é repleta de nãos educados. O projeto Fazer Amigos perdura a duras penas. Intimidade forçada nunca foi o meu forte. Inconveniência, talvez.

Eu sofro de vergonha alheia, mas às vezes, juro que não parece. Às vezes, parece que falta até a própria.

Continuo apostando em Loja de Aluguel de Amigos como negócio promissor.
Profissão: Amigo profissional.

Eu?
Eu, não...
Seria cliente!

Relido existe?

domingo, 11 de julho de 2010

Grounded for life


Desde ontem está de castigo. Mia, arranha a porta, se joga no chão com cara de coitado.
- Não, não vai entrar até eu esquecer que você comeu a única coisa que eu gostava de verdade nesse apartamento!

Hellraiser


Chego em casa e ligo o computador. Sem bateria. Ligo no carregador e... nada.
O que aconteceu?
O Renascido do Inferno comeu mais um fio!
Já foi a antena da TV, dois carregadores de celular e, agora, o do notebook.
Por que mesmo que eu inventei de ter um bicho em casa?

Passou


Amei as fotinhas.
O casamento foi lindo e a noiva, além de simpática, não bebeu nada.
Ótimo!!!

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Mais um passo


Eu quero um armário fora do meu apartamento pra colocar as coisas do quarto vazio lá. Uma hora e meia de reunião de condomínio pra convencer 4 pessoas. Ainda faltam 13.
Ai ai ai.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Primeiros passos


Eu quero um quarto para ver televisão e ler, pronto, descobri.
Várias idéias divertidas para o quarto vazio!

1 - Sofá confortável, chaise estilosa, TV fininha na parede e abajour pra lá de divertido.
3 - Sofá de caixa velha com futton, mesa de centro de caixa velha, TV fininha na parede.

Melhor começar com a terceira opção e adaptar com o tempo.
Fiquei tão empolgada que já estava pensando até em reforma!

terça-feira, 6 de julho de 2010

Lugar comum


Parece que sempre me interesso pela pessoa errada. Eu e metade do planeta. Digo só metade porque a outra metade é composta das pessoas erradas.

Bom, não interessa a paixão, não interessa o motivo ou análise do comportamento repetitivo. O que interessa, neste caso, é que eu consegui resolver de maneira criativa (penso).

Um longo período reclusa: solidão, carência, procrastinação, rotina. Aparece, então, a figura. Fez uma gracinha, fiquei toda boba. Falou meia dúzia de palavras bonitinhas, me apaixonei. Começou a jogar, caí na rede.

Idéia fixa, pensamento recorrente e nenhuma ação no campo oposto.

Não sou conhecida pela minha paciência, mas talvez a falta dela já tenha me dado fama. Pego o telefone e convido para um café. Recebo um não educado. Insisto. (Imbecil, pensei agora) Outro não, extremamente educado. Eu te ligo depois. Espero uma semana. Juro, uma semana acreditando mesmo que ia receber um telefonema e... nada. (Óbvio).

Dois dias depois da constatação que ele não ia ligar mesmo, resolvi resolver.

Nada melhor do que uma nova paixão para esquecer a antiga. Pra não correr o risco de escolher outra figura errada e piorar a situação, apelei!

Objeto de desejo: ator hollywoodiano.
Tipo de paixão: platônica.
Meta: esquecer a figura errada em uma semana.

Levei o dobro do tempo, mas funcionou. O único porém é que de vez em quando eu me pego com uma saudade daquele ator hollywoodiano e não tenho pra quem ligar.


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Contei o fato para uma amiga:

- Eu achava que era só eu que fazia isso!
- Você também gosta do loirão?
- Não, escolhi o cara do DF/TV!

Agora é isso


Então agora é hora de pensar nisso e me esforçar para mudar e conseguir aquilo. Acho que é assim. Coisa boa na vida da gente é amigo. Aliás, amigo e crise. E também, amigo que tem crise.

A gente cresce na crise, mesmo quando ela é do alheio.

Por aí.

A gente conversou e eu falei tudo que ela já sabia. Às vezes, é necessário que alguém nos lembre o que já sabemos. Ou talvez, falar em voz alta dê mais credibilidade ao pensamento.

Foi bom.
Foi muito bom.

Não procrastino mais (até a próxima crise).

Frase do dia


A multa é educativa!