terça-feira, 13 de julho de 2010

Para ser lido, relido, censurado e apagado...

A vida da gente precisa de soluções práticas como cartas de desapresentação e fita isolante.

Saber o limite da dor, o limite do sofrimento, o limite da boa vontade e do ridículo também. Eles deveriam vir impressos na fatura da vida e gerar pontos para trocar por momentos felizes, ou fúteis. Porque a futilidade também tem a sua importância.

Uma vida de porquês. De aondes. De ondes. Onde acaba o bem-estar e começa a farsa do bem-estar? O caminhão muda na sexta-feira. Se não tiver isso tem aquilo. Uma vida de substituições.

E a gente brincando de ser livre nas mãos de um titeriteiro perverso que deixa a gente pensar que existe. A sensação de liberdade é o vento batendo no rosto? Falar de boca cheia? Dizer nomes?

Rebeldia.

Faço agora o que nunca me deixaram fazer!

E a realidade mia avisando que já passou da hora de lavar o banheiro. A realidade está com fome e quer carinho. Afago a realidade por uns momentos e ela se afasta novamente.

Volto para os devaneios. Eu vou fugir de casa e viajar escondida. Vou para uma ilha paradisíaca e fico um tempo por lá, semi-nua, bebendo e vivendo uma vida que não é minha. É da personagem que fugiu de casa.

Penso no pote de brigadeiro na geladeira. Meio cheio. Não, José, vontade de comer chocolate nem sempre é falta de sexo. Cybersex em um mundo de relações twitter. E eu querendo deixar de ser Atol das Rocas para me transformar em Mata Atlântica.

Cybersex em inglês com um italiano que mora do outro lado do mundo é o mais próximo de uma relação real em um ano.

A realidade agora quer se enfiar embaixo das cobertas. Pego o pote de brigadeiro. Meio vazio. É, José, vontade de comer chocolate é falta de sexo.

Liguei e convidei para tomar sorvete. Pollyanna moça. A vida é repleta de nãos educados. O projeto Fazer Amigos perdura a duras penas. Intimidade forçada nunca foi o meu forte. Inconveniência, talvez.

Eu sofro de vergonha alheia, mas às vezes, juro que não parece. Às vezes, parece que falta até a própria.

Continuo apostando em Loja de Aluguel de Amigos como negócio promissor.
Profissão: Amigo profissional.

Eu?
Eu, não...
Seria cliente!

Relido existe?

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