segunda-feira, 16 de junho de 2014

No reino da frustração

Meus sonhos são, assim, palpáveis. Alguns parecem ser feitos de vidro, outros de areia. Tomam forma. São, também, visíveis, é óbvio. E se quebram. Desfazem-se com facilidade.

Dão lugar a um vazio infinito. Fica um nada com um quê de tristeza. Melancolia chata que custa a passar. Mas passa. E dá lugar a novos bibelôs de vidro que enfeitam recém-construídos castelos de areia.

No reino da frustração existe o tempo de fantasiar e o tempo de chorar. Princesa solitária encerrada em torre de pensamentos. Limitada pela própria imaginação. Agrura inventada, porém sentida.

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Se...

Se me apaixono ainda, assim perdidamente, é porque não aprendi nada. Ou talvez faça questão de esquecer sempre.

Se me atiro do penhasco com a plena certeza de que vou voar é porque não entendo como não criarei asas se creio tanto nisso.

Se fico à mercê de visitas adiadas e encontros transferidos é porque no meu demente exercício de pisar no real, finjo que não fantasio. E fantasio, fantasio, fantasio...*

Se te espero, te quero, te amo, é porque não acredito que acabou.

*Caio Fernando Abreu