segunda-feira, 2 de junho de 2014

Se...

Se me apaixono ainda, assim perdidamente, é porque não aprendi nada. Ou talvez faça questão de esquecer sempre.

Se me atiro do penhasco com a plena certeza de que vou voar é porque não entendo como não criarei asas se creio tanto nisso.

Se fico à mercê de visitas adiadas e encontros transferidos é porque no meu demente exercício de pisar no real, finjo que não fantasio. E fantasio, fantasio, fantasio...*

Se te espero, te quero, te amo, é porque não acredito que acabou.

*Caio Fernando Abreu