quarta-feira, 23 de julho de 2014

Menu do dia

A preguiça chegou em um nível absurdo e, com fome, mas sem querer comer para não lavar prato e panelas, tive inveja dos astronautas com suas pílulas maravilhosas. Ao menos, no meu entendimento, era esse o cardápio espacial.

Resolvi pesquisar na Internet com os seguintes objetivos:

1 - verificar se realmente existiam as tais pílulas;
2 - encontrar pontos de venda;
3 - montar um menu nutritivo e sortido que caberia em um porta-comprimidos;
4 - encomendar essa maravilha do mundo moderno.

No primeiro link que encontrei, percebi que outros tinham a mesma dúvida que eu. Lá estava a pergunta: Os astronautas se alimentam de pupilas? Chorei de rir. Ri mais ainda com as respostas. Sim, eles comem olhos!, foi a melhor.

Depois, encontrei um texto sério, mas chatíssimo, com explicações detalhadas sobre gravidade, desidratação e carne radioativa.

Preferi pizza.
O gato, se fosse gente, seria uma pessoa daquelas bem tagarelas... Barbaridade, como mia!

terça-feira, 22 de julho de 2014

Encontro fortuito ou A incapacidade de ler sinais óbvios

Um dia desse aí, encontrei uma pessoa que não via há muito tempo. Depois de cumprimentos esfuziantes, assuntos rápidos e silêncio constrangedor, aquele "Vamos nos encontrar? Me liga?". Frase fatal para finalizar conversa no meio da rua. 

Enfim, despedimo-nos. Maaaaassss... porém, entretanto, contudo, todavia, eu - a inepta das relações sociais - pensei que realmente deveria marcar qualquer coisa com a pessoa. Café, almoço, chopp, não sei... algo. Senti-me, realmente, na obrigação de estreitar novamente os laços.

Liguei. Conversinha mole, estranha... E eu, do nada, néscia-palerma-parva, saco um: - Que tal um almoço na próxima semana para colocarmos as fofocas em dia? A figura detalhou todos os compromissos da vida atribulada que leva. Todos, absolutamente todos, até 2015, pode?

Desliguei o telefone e tive que rir. De mim, é evidente. Me liga? Ai ai... No que eu estava pensando, hein?

Querido diário

Comprei duas plantas para decorar e alegrar a casa. Mais ou menos isso, quero dizer. A samambaia veio porque estava muito barata, é uma miniatura, fácil de cuidar e o rapaz que estava na minha frente na fila largou a coitadinha de lado antes de passar no caixa. Imagina, samambaia barata largada no caixa da Leroy Merlin? É um trauma muito grande, mesmo para uma planta. O manjericão... bom, o manjericão foi escolhido porque prefiro erva fresca na comida.

Mas sim, por enquanto, são apenas decoração e alegria. Se não morrerem antes, é claro. De quê morreriam? Então... de sede, afogadas, falta de sol, excesso de sol. Enfim, todos esses perigos a que são expostas por aqui. Ah! Poderiam ser comidas por lagarta também.

É verdade! A samambaia veio com uma lagarta própria e eu tive dó de matar. Criei a lagarta por sete dias, pensando que ela se transformaria numa belíssima borboleta. Descobri que não iria acontecer metamorfose alguma quando notei que ela dobrou de tamanho e as folhinhas foram reduzidas à metade. Joguei a lagarta fora. Como reconhecer lagartas que viram borboletas?, fiquei pensando.

Ontem foi o dia do banho de sol das plantas. Coloquei-as na mesa e saí para trabalhar. Não é que só possam tomar sol em um dia específico, tipo presídio, mas o fazem quando lembro. Lembrei ontem. Pois bem, o manjericão sofreu pequenas avarias. O gato também gosta de ervas frescas.
Ah! O gato! Sobrevive porque mia quando está com fome. Aliás, está miando agora. Vou ali...

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Meu amor, cadê você? Eu acordei, não tem ninguém ao lado...

Faz tanto tempo que brigamos todas as noites que já nem sei mais como é ter uma noite de sono tranquila.

Sonhei que você viajava pra longe, bem longe. Sozinho. No meio do voo, o avião explodia. Aliás, não o avião inteiro, apenas a sua cadeira.

Eram quatro e meia da manhã. Levantei assustada. Tomei um copo de leite morno e adormeci novamente, sentindo-me viúva. Um pouco triste, um pouco aliviada.

De manhã, uma certa melancolia. Óbvio que só depois de imaginar seu enterro, a fila de amigos arrasados que choravam copiosamente, as condolências e meu melhor modelito preto, na última moda.

Sei que isso não justifica, mas ao menos explica o motivo de não ter te cumprimentado quando te vi. 

É que você morreu, entende?

Afinal, o que é ser livre?