quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Que Rei Sou Eu?

Arrasto-me pelo chão fazendo companhia para as baratas que correm enlouquecidamente de um lado para o outro. Estão em festa com as sobras deixadas por todos os cantos.

O fedor de resto de bebida dos copos mistura-se ao cheiro de cigarro e cinzas tornando o ambiente quase insuportável. Quase.

Eu suporto. E suportarei até o fim.

Já não faz mais sentido levantar-me. Quem se acostuma com a podridão, nela reina e não abdica de seu trono.

Pudesse eu, ver como vêem os outros. Mas não. Abjeto, não enxergo bondade. Não reconheço compaixão. Seres humanos. Raça desgraçada sem serventia.

Pertenço ao grupo, bem sei. Diverso apenas na visão. Erguer-me para quê? Pairar sobre a escória? Não. Junto-me a ela. Mas comando com maestria.

E você?