terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Devaneios

  
Adoro pia cheia de louça suja pra lavar. Roupa não, principalmente se tiver que esfregar antes de colocar na máquina. Me contaram que tanquinho tira a sujeira. Ah, se eu tivesse espaço. Gosto, também, de varrer a casa e passar pano no chão. E jogar cheirinho, tipo amaciante. É, de vez em quando uso amaciante pra limpar o chão. Passar roupa eu não sei. Já tentei, mas sempre queimo as roupas. Gosto de cozinhar, mesmo sem saber muitas receitas ou aquelas complexas. Mas acho bom, bom mesmo, quando as pessoas repetem e ainda pedem pra levar marmita pra casa.

A vida é simples, a gente é que complica. Devo ter lido isso em porta de banheiro ou para-choque de caminhão. Mas é por aí, a gente dá voltas e não diz o que pensa. Sofre tentando adivinhar o que os outros pensam, querem, tramam. Tudo isso em vez de perguntar. A gente não sabe dizer que não sabe. A gente tem medo de errar, então nem tenta. E vai ficando acanhado, preso, limitado. A gente cria personagem pra se tornar interessante pro mundo externo e esquece de ouvir o que o mundo interno quer. A gente põe máscara e não consegue tirar. E vira refém de uma vida inventada, dominada por uma personagem cruel que quer viver a vida da gente. A gente começa tão bem e depois esquece como é ser gente.

Então paro e penso. É, eu continuo com essa mania. Acho que às vezes falta uma boa pia cheia de louça suja pra lavar. Lava a louça, lava a roupa (na máquina, ainda não atingi o Nirvana), lava a casa e (piegas, eu sei) lava a alma. A alma gosta de higiene.

O pensamento pode ser antiquado, simplista, preconceituoso. Então, para não ofender minha única leitora, vou trazer para o caso particular. Se eu surto, limpo a casa e me sinto melhor. Se a casa já está limpa, danço um sambinha antigo (recém aprendido - a duras penas - nas aulinhas do youtube), caminho, dirijo, afago os gatos. E, de repente, PLIM!!! Tudo fica ótimo de novo. Isso!

Além de cozinhar e limpar partes da casa, gosto de dar carinho. Carinho se traduziu na minha vida, por muito tempo, em presentes. Então comprava presentes para as pessoas que gostava e achava que o amor estava subentendido. Vai entender! Deve ter alguma relação com a infância. Nunca entendi qualquer reclamação sobre a minha falta de afetividade. Mentira! Entendi hoje.

Boa reflexão!

Hoje em dia não compro mais tantos presentes. Apesar de ainda querer dá-los, me contenho. Talvez as pessoas se sentissem compradas, compensadas. Pensando bem, algumas pessoas se vendiam por um ou outro mimo. Dou valor - hoje - àqueles que reclamavam de receber os presentes. Mas isso é passado.

Me estendo. E perco o foco. Tenho uma pia cheia de louça pra lavar e uma infinidade de roupas para colocar na máquina. Daqui a pouco. Agora vou tomar minha cerveja e terminar meu cigarro escutando Ney Matogrosso.

Adoro escrever também. Mas isso fica para outro dia.

#nowplaying: Sangue Latino

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