terça-feira, 12 de junho de 2012

Me sinto só?

Aqui jaz um coração partido!

Boa frase para início de texto. Boa, mas mentirosa. O tal do coração, além de não estar partido, não descansa em canto algum.

É que charminho de solidão é sempre divertido.

As agruras são as mesmas. Casa bagunçada e preguiça total. Isso passa, diz a moça.

Adoro as análises da moça.
Ela sempre me defende.

Não brigo mais, respondo. Faço uma coisa de cada vez. No meu tempo.
(Isso vai levar anos, mas ela ainda não sabe. Não me conhece tão bem assim)

- Ainda se namorando?
Nem tanto, respondo.

- Enfim, só?
- Nada. Sempre com o gato.
- A vida é mais do que isso.
- É? Namorarei o trabalho então...

Ela ri. Eu não acho tanta graça, mas simulo um sorriso. Daqueles que esticam os lábios e só, sem dentes aparentes.

A vida é o que? Ter alguém? Agradar o alheio? Ser limitada eternamente?

A minha não.
Ainda não.
Ainda sem condições para tanto.

A vida é o gato. A vida é o trabalho. A vida é a fotografia. A literatura. E as chatices do dia a dia. A vida, às vezes, é a morte. E a saudade. A vida, no momento, é isso. E apesar de tudo... ou com tudo, a vida é boa.

Não.
Não me sinto só.

Um comentário:

David disse...

São ciclos. A única coisa que dá para aprender dessa grande confusão, é que são apenas ciclos. Uns maiores, outros menores, uns azuis, outros vermelhos...mas são ciclos :)

Belo texto, mais uma vez!