IV
Então, ele me traiu. Pior do que isso. Traiu e deixou que eu descobrisse. É! Deixou mesmo. Quem quer fazer escondido, faz e pronto. Ainda teve a audácia de brigar comigo, acredita? Falou que mexer em celular, revistar carteira e procurar mensagens suspeitas no notebook era invasão de privacidade, pode?
Fiquei perplexa duas vezes. A primeira, quando encontrei os indícios. Aliás, a confirmação. A segunda, com a briga. Invasão de privacidade uma ova! Terminou o namoro antes que eu pudesse rodar a baiana. O que só aumentou meu ódio, devo confessar.
Mas já tinha anotado todos os dados daquelazinha. E tinha planos de vingança... Sórdidos!
Passadas três semanas, o assunto ainda fervilhava na minha cabeça. Resolvi mandar um e-mail para a bonitinha. Marquei encontro pra conversar. Ah! Usando o endereço de e-mail dele, é óbvio. A pessoa é tão banal que esqueceu de trocar a senha.
Enfim nos encontramos. Eu, toda digna, cara a cara com a perua. E não é que a vagabunda era bonita mesmo?
Não gritei, nem fiz o barraco que estava pensando. Ela tinha uma voz tão doce, tão suave. Um jeito especial que parecia entender a minha dor. Conversamos por horas a fio. Até compreendi porque ele havia me traído. Ela era realmente especial.
Essa é a minha história de amor. A mais bonita história de amor de todos os tempos. Estamos juntas há quinze anos.
Um comentário:
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk! Muito boa!
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