terça-feira, 8 de março de 2016

Coleções

Conchinhas. Na tenra infância. Catava todas que conseguia carregar no baldinho de plástico. Separava por cor, lavava e guardava num jarro grande de vidro.

Logo depois, papéis de carta. Tinha de todas as cores, formas e perfumes. Raros. Repetidos. No dia certo, levava a pesada pasta para escola e me sentava no meio do pátio para trocar com as coleguinhas.

Por um tempo breve, formas de gesso. Na verdade, gesso em forma de pernas e braços. Quase dez. Até que jogaram fora. Mau cheiro, alegaram. E assim perdi todos os recados queridos e os desejos de melhoras.

Hoje, sentimentos, sensações, emoções. Nas caixas grandes, um mundo de coisas boas. Lembranças de viagens; pessoas que passaram, mas marcaram; primeiros beijos; aquele exato momento em que aconteceu a amizade; os amores.

Mas nem tudo na vida são flores, em caixas pequenas, as desilusões; mágoas; rompimentos; traumas; infelicidades. São várias, mas todas muito pequenas. Tranco-as bem e jogo as chaves fora.



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