domingo, 12 de dezembro de 2010

Meus olhos são o espelho da alma

Então eu funciono de modo meio cartesiano, penso, se é que se pode ser apenas metade cartesiano. A outra metade seria o quê?

Não reconheço sarcasmo e acabo acreditando em tudo o que os outros falam. Para ser sincera, interações sociais não são o meu forte. Não sei como agir. Não leio sinais, só os de trânsito, afinal, me treinaram para isso.

Mentira é o pior. Odeio mentiras. Odeio muito, principalmente, porque não sei mentir.

Minha mãe me estragou para isso. Eu contava as maiores mentiras, ela olhava nos meu olhos e dizia: Agora fala a verdade. E eu começava a contar a verdade, desenfreadamente, morrendo de vergonha.

No meio de tanta gente esperta que existe por aí, sinto-me um peixe fora d'água. Transparecendo tudo o que pensa. Ingênua, às vezes.

Desde que me entendo por gente a frase que mais ouvi até hoje é: você é tão inteligente pra umas coisas, como não percebe blá blá blá?

Não percebo. Não vejo. Não sinto. Não quero. Não gosto.

Síndrome de Asperger, talvez.


Nenhum comentário: