terça-feira, 15 de setembro de 2015

Surpresa em... Beijing?

Li tanto sobre as intermináveis negociações com turistas, o trânsito caótico de Pequim e seus taxistas fujões que fiquei desesperada.

Ainda no Brasil, fiz extensa pesquisa sobre o acesso à Grande Muralha. Para todas as outras atrações, usaria o metrô. Mas para essa, precisaria de ajuda, muita ajuda.

Encontrei o nome e o email de um guia local num blog de uma brasileira que mora em Xangai. Indicação confiável, pensei. Mesmo assim, precisei negociar bastante.

Quando cheguei, finalmente, em Pequim, estava me sentindo completamente trouxa. Mais uma roubada, era só o que vinha na minha mente.

Além disso, apareceu uma excursão gratuita à Cidade Proibida, realizada por alunos de História, em parceria com um site de turismo, que precisavam treinar inglês. Por muito pouco não cancelei o tão sonhado passeio.

No dia marcado, acordei quatro horas antes. Ansiosa. Comprei água, café, chips e coloquei tudo na mochila. Às nove horas, lá estava ele: Xiaowei. Inglês perfeito, bem melhor do que o meu, simpático e prestativo.

Levou-me, primeiro, ao lugar turístico, que depois descobri não ser tão turístico assim. Take your time. I'll take a nap, falou ao me deixar no ponto do ônibus que me levaria à Muralha.

Mutianyu. Linda. Impassível.

Duas horas depois, retorno ao estacionamento para partirmos em direção a um ponto menos explorado.

Huanghuangcheng. Levei meia hora para pronunciar de maneira quase correta. Quis desistir mais uma vez quando percebi onde estava me metendo.

Ele me encorajou a subir. Riu do meu medo de altura. Colheu tâmaras no caminho e me explicou sobre a população local.

Enfim, subi. Apavorada, sozinha e, depois,  extasiada.

O lugar ainda não foi aberto a turistas. É necessário alguém que conheça bem o local. Passei duas horas caminhando pela Muralha. Um silêncio incrível. Paz.

Só isso já teria compensado a viagem. Mas ainda almocei num restaurante típico, comendo comida decente, boa e com preço justo.

Voltei dormindo. Xiaowei colocou sua seleção de Bob Dylan pra embalar meu sono.

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