terça-feira, 1 de setembro de 2015

Pirraça

Alta noite já se ia enquanto eu escutava Marisa Monte, pensava na morte do Bezerra e folheava uma revista para olhar as figuras. De repente, o telefone vibrou. Telefones não tocam mais, sabia?

Vibrou eufórico como quem ganha sorteio da TV. Vibrou insistente como Álvaro ao esperar que lhe abrissem a porta ao pé de uma parede sem porta. Vibrou desesperado sem tábua de salvação.

Encantada que fiquei, não atendi. Quem sou eu para interromper um momento desses? Único no Universo.

De lá pra cá, não vibra mais. Dá muxoxo, vez ou outra, só pra mostrar que não morreu.

Quem não tem mais vida sou eu.

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