quinta-feira, 5 de julho de 2012

Partir

Junte suas tralhas que eu não suporto ver o que lhe pertence no meu território. Recolha tudo antes que eu vire a banda e ponha fogo nas suas roupas, nos seus livros, na sua cara engomadinha de menino mimado.

Leve o seu azedume, seu jeito pedante e essa empáfia que lhe é tão peculiar. Sumam daqui, você e  a sua presunção. Pegue a sua vaidade e vá pro inferno com ela.

Afaste-se! Vá embora do meu corpo. Da minha cama. Do meu apartamento. Desocupe meus pensamentos que eu tenho mais o que fazer. Largue a minha vida, pois ela é só minha.
Nada sua, entende?

Segure o fôlego. Não inspire. Não expire. Não compartilharei mais o meu ar com você.

Retire-se daqui, mas deixe a porta aberta que eu preciso lhe ver partindo. Quero ter a certeza de que você não voltará.

Se fraquejar, se restar qualquer dúvida sobre o caminho a seguir, olhe pra trás. Veja meu sorriso. Sinta a minha felicidade. Não se pergunte o motivo. Te digo. É por me ver - finalmente - livre de você.

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