sábado, 3 de novembro de 2012

Momentos

V

Pensei em você o dia inteiro. Aliás, minto, você tem povoado meus pensamentos faz um tempo. Revejo nossa história quase que diariamente. A coisa começa com as borboletas. O dia no parque. Sol. Sorvete e conversa despretensiosa. Nunca imaginei que a melhor história da minha vida se iniciaria com um clichê.

O que aconteceu entre a primeira conversa e a última foi algo mágico. As mudanças, visíveis. Palpáveis. Parece que, com você, desabrochei. Floresci. Mas não é esse o ponto. Qualquer pessoa apaixonada passa mesmo por uma metamorfose. Mais um clichê.

A questão que quero trazer é a morte. Não a sua, porque você continua respirando, andando e fazendo o que sempre fez. Nem a minha, pois estou aqui tentando explicar o inexplicável. Também não é a morte do amor. Acredito que amores têm começo-meio-e-fim. Não morrem. Acabam as situações, os encontros, mas o amor fica eternizado nas lembranças.

O que morreu, na verdade, foi algo dentro de mim. Teve um clique, sabe? Um mísero clique e puf! Sumiu.

Num dia qualquer, acordei e não pensei em você de manhã. De noite ainda não tinha pensado. Não te procurei. Até hoje não sei bem o que aconteceu. Acho que foi um momento. Desses comuns. Levou você de mim da mesma forma que trouxe.

Clichê.

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