Era uma casa muito engraçada...

Vou mudar novamente a mesa de jantar, cortar os bancos e remodelar a mini-sala. Farei, também, mais um calceiro e um lugar para os vestidos e sobretudos (viu, G?). Além disso, trocarei as portas das estantes e ainda vai sobrar MDF para uma prateleira, na viga, perto do teto (bem anti-gatos).

A idéia da colagem não funcionou, a cola secou e, diariamente, recolho pedaços da decoração da mesa que o gato se diverte arrancando.

Consultei o amigo G, ele acha que vai ficar bom.

As pecinhas sairão da mesa de jantar para a mesa de centro, que eu acho horrorosa. O marceneiro garantiu que a cola é 50 vezes mais forte do que a super bonder. Orientou, inclusive, utilizar uma pinça. Ele deve me achar desastrada.

Ando insatisfeita com a minha casa.

Preciso de mais um tapete também.

Amanhã eu penso nisso.

Tem, ainda, a questão do quarto vazio, que é vazio só no nome porque eu não sei o que fazer com ele. Não é quarto de leitura, de hóspedes ou de meditação. Apesar de já ter planejado todos esses e desistido. Pensei até em quebrar a parede do banheiro, invadir o quarto com um ofurô de madeira e fazer um mini-spa particular. O custo da reforma me ajudou a desistir mais uma vez. Ainda bem! Ia parecer casa de moça de fino trato. O amigo arquiteto prometeu que viria aqui para ajudar a transformar o quarto vazio. Não veio.

Promessas. Promessas. Promessas.

O quarto continua vazio (no nome, já disse). Vazio de idéias e cheio de entulhos. Um computador que não funciona, um banco quebrado, malas enormes, brinquedo para gato, cesto de roupas, enfim, quase não tem espaço no quarto vazio.

Acho que eu estou vazia, assim como o quarto vazio.

Estou vazia de sentimentos, de emoções, de amigos, de amores, de interesses e cheia de entulho emocional, de cacos, de reminiscências, de estilhaços.

Hoje é dia de ler Tabacaria.