quinta-feira, 1 de março de 2012

Dormi em um pote de limão, só pode... Acordei mais azeda do que de costume. Foi uma luta pra levantar da cama. O cachorro latiu a noite inteira para uma árvore.

- O QUE É? TÁ VENDO ESPÍRITOS AGORA?

Quando me dei conta já tinha gritado. O vizinho acedeu a luz da janela e eu voltei correndo pro quarto. Três horas da manhã não é uma boa hora pra discutir com os outros no quintal. Deve ter sido isso que estragou minha noite. Isso ou o sonho estranho. Pesadelo, define melhor. Sangue, vísceras, assalto, perseguição, sirene e, é claro, um cachorro latindo.

Banho rápido, roupa passada. Peguei o carro e saí. Na esquina lembrei da água do café. Voltei, desliguei o fogo e conferi as janelas. O que começa errado não termina certo, dizia minha avó. Parece que o tamanho da pressa é diretamente proporcional à quantidade de coisas que podem dar errado.

Não peguei trânsito, o que foi uma surpresa e, no fim, consegui chegar à tempo no trabalho. Aliás, adiantada. A portaria estava fechada. Toquei o interfone do prédio. Nada. Mais uma vez. E outra. Na terceira, Dona Cândida apareceu pra abrir. Vinha lá do fundo com uma cara espantada.

- Bom dia Dona Renata... Muito trabalho?
- O tanto de sempre, Dona Cândida.
- Ah... mas precisa vir aos domingos também?
- O quê???

É vó... O que começa errado não termina certo. Definitivamente!

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