sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Desculpe-me, foi engano


Pensei ter sentido um furacão daqueles impetuosos que arruínam com tudo. Deixei que o vento ouriçasse meus cabelos, mas são curtos. E nada aconteceu. Juntei agasalho, me protegi, avisei a todos. E nada aconteceu. Uma brisa leve tocou meu rosto - há muito encerrado - então senti como uma ventania. E nada aconteceu.

A brisa - suave - é constante, mas nada acontece.

2 comentários:

Gladstone disse...

Li hoje uma ficção meio desconjuntada (em um dos impressos maravilha da Flip), uma conversa imaginária entre Vinicius de Moraes (ou Morais?) e Jorge Luis Borges. A certa altura o argentino fala que prefere a felicidade à alegria. Esta última é efêmera, e quase sempre é provocada por fatores externos, artificiais. Enquanto a última, menos avassaladora, mas mais perene, acontece imperceptível, lenta e pausadamente (ah, os advérbios, os adjetivos!) e sobrevive a eternidade...

Gladstone disse...

Retificação: onde se lê (...) "Enquanto a última, menos avassaladora," (...) leia-se: "Enquanto a primeira, menos avassaladora,".