quarta-feira, 18 de agosto de 2010

- Você não faz mais sentido para mim.
Ele disse.

Saiu e bateu a porta como um qualquer. Era um qualquer que morava em mim há dois anos.

Repeti aquelas palavras todos os dias, religiosamente, por um mês. Como se fosse encontrar algum significado oculto naquela frase.

Quando não tinha mais forças para tentar entender, chorei. Como um pano de chão que a gente torce até não cair mais nenhuma gotinha de água suja, chorei.

Chorei e chorei mais ainda. Chorei até pensar que nunca mais sorriria.

- Você não faz mais sentido para mim.
Ele disse.

Sem explicações, desapareceu no barulho de uma porta se fechando num quarto vazio. Deixou a dor, o espaço, a solidão.

Houve um tempo em que nada fez sentido para mim.

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