sábado, 18 de junho de 2011

Bloqueio

"Me chamaram para expor numa galeria. Tinha que produzir especificamente para a tal exposição. O que significa, evidentemente, que não consegui nem desenhar uma casinha e um sol num papel de pão."
(Minúsculos Assassinatos e Alguns Copos de Leite)

Essa é exatamente a situação em que me encontro nesse momento. Então tem esse concurso de contos. E as pessoas que leem minhas crônicas dizem: você deveria participar. Eu respondo: É claro! E sorrio. E não escrevo nada. Leio e releio o regulamento. Inédito, está escrito. Penso em tirar algum texto do ar e enviar. Quem iria saber? Eu saberia, respondo à pergunta mental. E isso já é o suficiente.

Então sento em frente ao computador e fico olhando a folhinha em branco com o cursor piscando. Nenhuma ideia. Branco total. Parece que todas as minhas personagens resolveram ficar tímidas ao mesmo tempo. Estão, por assim dizer, desenxabidas. Não vivem nada que se possa contar. Desconfio que estão espreitando a ocasião e surgirão num rompante assim que acabar o prazo para inscrições.

Eu, escritora neófita saindo dos cueiros, aguardo. Ia dizer pacientemente, mas isso já é exagero.
Aliás, mentira mesmo.

3 comentários:

Hj disse...

:D

Sabe que adorei teu blog quando vi pela primeira vez, e fiquei animado por encontrar uma jóia tão rara, tão boa.

Parabéns, e tomara que o desbloqueio venha assim como a alegria que desperta nos outros.

bjsss

Carolina Vianna disse...

Obrigada ;)
O desbloqueio virá... são fases.
Já que você gosta do que eu escrevo, te recomendarei uma leitura: Coisas Simples. É meu texto preferido!

bjos,

Gladstone disse...

Não adianta. Escrever não vem de fora para dentro. Não se escreve por encomenda, por obrigação. Como já disse a velha bruxa de uma maneira muito mais doce e poética: escrever é como um tumor, um pérola incômoda que brota no meio das carnes. Tem hora certa para ser extirpado(a). Concursos sempre existirão...