quinta-feira, 23 de junho de 2011

Esquisitices

Então tem esse copo, com coisa até a metade, que nunca sei dizer se está meio cheio ou meio vazio. Sim, digo coisa porque não vou contar o que estou bebendo, não é isso que importa.

E tem também essa mania de abrir a geladeira. Não interessa qual seja o motivo da ida à cozinha, a geladeira sempre será aberta. Talvez a geladeira sugue meus pensamentos porque eu sempre esqueço o que estou fazendo na cozinha.

Falar sozinha deve ser normal, pois várias pessoas já me confessaram essa mania. Às vezes, até observo alguns durante o processo. Vejo na rua, no trânsito, por aí. Então faço também, livremente, sem pudor.

Mas às vezes brigo feio e deixo de falar comigo. Depois faço as pazes, compro presentes e me levo pra jantar. Pra piorar, danço sozinha e canto junto. Sem saber a letra da música. Enrolando as frases quando é em outra língua.

Daí tem as pessoas. Ouvi no teatro na semana passada: Eu tenho medo das pessoas. Mas eu gosto delas.. à distância! Não sei se é bem isso, mas me fez pensar. Tem algumas pessoas que eu gostaria - juro - que fossem objetos. Outras, queria que tivessem botão para ligar e desligar. E outras poderiam vir com manual de instruções, notas de rodapé ou legendas. Eu gosto das pessoas. Definitivamente. Mas não o tempo todo.

E as ogrices mentais?
É, a ogra deu as caras de novo essa semana.
- Tirei todos os móveis e limpei o tapete. Aproveitei para mudar a mesa de lugar.
Quem pediu pra mudar a mesa de lugar? 
- Ah, obrigada.

Tem uma coisa séria com água. Assim como o cara do filme grego com o limpa-vidros, mas com água. Acho que serve pra tudo. Ela faz passar a dor, esquecer o momento triste. Prorroga a alegria, traz o riso.

Daí eu lavo louças, tomo banho e bebo água igual a uma louca. Talvez só não cure minha insanidade, mas essa é temporária e benéfica. Não precisa de cura, mas vazão. Igual a água.

Ah! Os cheiros. Adoro cheiros! Não sinto muito bem logo de cara. Longos anos de tabagismo interferem nesse sentido. Mas ainda assim, amo os cheiros. De ervas frescas, flores, terra molhada. Cheiro de pipoca, bolo e frango assado.

Todos os cheirinhos cítricos de produtos para limpar a casa. Amaciante e lysoform também. E, ainda, perfumes, creminhos e sabonetes. Cheiro de mar, de suor. Gosto muito do cheiro do outro. Mas gosto no outro. Não gosto do cheiro dos outros em mim.

O gato. A história com o gato nem vale a pena comentar. O gato, hoje, é o ponto de contato com o mundo das emoções.

Por fim, a fantasia. Um mundo imaginado, inventado e vivido só por mim. A fantasia que era só minha ganhou mundo próprio e se distancia de mim. E vai para as folhas do bloquinho, para o blog, para o site, para o mundo dos outros.
Eu ando com ciúmes da fantasia.

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