quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Coração pulsando fraco. Dor. Sangue grudando nos cabelos, nas mãos, no corpo. Sirene. Olhos fechando. Luzes fortes. Sono. Gritos distantes. Sensação boa de dormência a dominar. Não posso mais resistir!          
***

O vento soprava seus cabelos produzindo calafrios em sua nuca. Aquele barco não voltaria. Sentia isso em sua alma. A dor contida. Sem choro. Sem sofrimento. Sabia reprimir sentimentos. Sim, fazia-o com primor.

A imagem do mar e o barco sumindo naquela imensidão cinza ficaram guardados na sua mente. A sensação fria da chuva em seu rosto. E depois da chuva, as lágrimas.

Quando ele pediu um motivo para ficar, calou-se. Ele deveria ter seus próprios motivos. Se não os tinha, deveria partir.

O que é o amor frente a oportunidade de uma vida melhor? O que são promessas de alcova quando vislumbra-se posses, viagens e um mundo a ser descoberto?

Partiu!

Deixou-a sozinha. Sozinha e grávida. Abandonada e grávida. Não suportaria os comentários. Era fraca demais para isso. Sempre fora fraca. Encontraria uma forma de resolver a situação.

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