terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Jucyscleyde

Jucyscleyde é, por assim dizer, louca de jogar pedra. Imaginação fértil. Não pode ter um pensamento na cabeça que a coisa já se cria sozinha. Jucyscleyde não tem limite.

Certa vez, conheceu um moço. Ele se apaixonou à primeira vista. Ela o rejeitou logo de cara. Jucyscleyde pensa assim: se vem fácil, não presta.

Passaram anos sem se ver. Seguiram as suas vidas e, é claro, se encontraram um bom tempo depois. Dez anos depois, para ser mais precisa.

Jucyscleyde, que andava meio carente, viu um mundo de possibilidades ao seu alcance. Mandava 30 mensagens por dia para o rapaz que, prontamente, respondia aos dengos de Jucyscleyde.

Moravam agora em cidades distantes, mas Armando iria para sua cidade natal em breve. Resolver questões burocráticas, explicou. Sim, Armando explicava tudo para Jucyscleyde. Dava satisfação. Satisfeito.

Enfim, encontraram-se. O que aconteceu não foi diferente do que acontece em qualquer canto do mundo com esses casais que relacionam-se à distância.

No dia seguinte, Jucyscleyde pensa em juras de amor. Imagina o vestido. A cerimônia. Os votos. As filhas. Os netos.

Armando não liga. Não responde às mensagens. Três dias de silêncio.

No quarto dia: Jucí, vem me ver? Estou com saudades! Ela foi mais que depressa. Inventou desculpas para o desaparecimento. Na verdade, nem se preocupou. Também estava com saudades.

Ao acordar, após o fogo do amor se apagar, ressentiu-se do abandono. Descaso, pensou.

Armando não levantou naquele dia. Óleo quente no ouvido. Jucyscleyde havia lido numa revista que era rápido e indolor.

Um comentário:

Celina Fortes disse...

hahahahaha não sei porque, mas essa história me parece conhecida... rssss