segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Você pensa que é fácil?

A ideia surgiu de uma conversa. Pra dizer a verdade, foi inspirada em uma ação similar. Tá, tudo bem! Foi copiada. No sentido, mas não na integralidade. Pensei naquilo por mais de uma semana.

Sim, sinto falta de companhia. Às vezes, fico carente. Mas não é coisa grave que necessite de alguém o tempo todo. Um contato esporádico pode resolver isso. Isso e a questão física, é claro! Essa é a pior.

Poderia fazer entrevistas. Ou um leilão. Não, leilão lembra bailão que lembra peão que lembra música sertaneja. Perco o foco. Licitação, leilão, não. Nenhum ão! Muita formalidade. Um site na internet talvez. É mais descontraído, casual... Casual! Essa é a palavra.

Casual: adj. Que depende do acaso; fortuito; ocasional.

Fortuito é um luxo! Devaneio de novo e me perco nas palavras. Voltando à ideia inicial. Sim, decidi. Vou fazer! A forma não será rígida. Traço um perfil, decoro um questionário e aplico quando tiver interesse. Assim, no meio da conversa, com intuito de passar despercebido. Quando chegar em casa faço o placar e pronto, escolho o que quero. Fácil!

Foi o que pensei.

- O que você gosta de fazer?
- Ah... Gosto de sair, mas também curto ficar em casa. Bebo de vez em quando, cozinho, saio com a galera pra balada. 
- Você tem muitos amigos?
- Faço o tipo popular, saca?
- Hmm.. acho que sei.
- Tudo me diverte, menas pessoas chatas, sabe? Gente que tá sempre insatisfeita, reclamando. Tipo mimimi. Isso eu não topo.

Saca já estava difícil, mas menas? Bah! Menas, nem o Lula, companheiro! Menas, não dá. Não é preconceito. É crivo! Parti, então, para uma abordagem mais direta. No meu ponto de vista, é óbvio!

- Não é que eu tenha medo de relacionamento ou compromisso. Só acho que não é o momento, entende?
- Claro. 
- Então fico só. De tempos em tempos aparece uma ou outra pessoa. Coisa casual.
- Pra tirar o atraso, né?
- O quê?
- Olha, gata, que tal pularmos esse nhenhenhem do jantar e irmos direto lá pra casa?

Não era exatamente o que eu estava esperando. Não sou muito exigente, mas isso foi tosco. Rude. E depois? Me joga na parede e me dá umas bofetadas? Ah, assim não quero. Bruto, só no sentido "não refinado". Mal-educado, nem pensar!

Mudei a tática. Gênero: romântico. Perfil: princesa. Mulher fresquinha perde. Vestido florido, arranjo no cabelo (escovado, é claro), sapatinho de boneca. Mais tons de rosa em uma só pessoa do que na casa da Barbie inteira. Creperia. Suquinho e salada. Sugestão dele. Acatada com boa vontade de Amélia.

- Você não gosta de fazer as unhas?
- Err.. Não tive tempo essa semana.
- A sobrancelha também não, né?
- Não. Marquei salão para amanhã.
- Qual salão você frequenta?
- Fica naquele Shopping perto do meu trabalho.
- A-DO-RO o cabelereiro de lá!!! Ele é um gênio da tesoura!
- É... (amiga)

Definitivamente é melhor começar a distância. A primeira conversa, agora, é por e-mail. Regra estabelecida! Nada de encontros às escuras. Chega de enrascadas. 

Tentei, por fim, um site de relacionamentos. Existem aos montes. É possível enunciar os atributos desejados, listar suas principais características e escolher aquilo que você pensa que combina.

Usei imagem fidedigna. Fui discreta, mas sincera. Quando supus ter encontrado o par compatível, a surpresa final!

- Olha, Dona, vi que você se interessou por mim e já que vamos nos encontrar preciso te dizer uma coisa… pra beijar e dormir de conchinha é mais caro, tá?

E foi assim, meninas, que eu virei lésbica!

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